DIA 1:
Eu já passei diversas vezes em Paraty e fiquei por lá uma vez ou outra mas nunca tinha sentido que conhecia a cidade e por isso convidei meu avô e minha sogra junto com meu namorado para passarmos uns dias por lá. Nos encontramos em Guaratinguetá e fomos pela estrada Guará – Paraty passando por Cunha aonde tomamos um café da manhã com um pão de queijo e bolos deliciosos do Tudo da Roça. Recomendo!
Ainda na estrada, um pouco antes de chegar na rotatória de entrada da cidade, paramos na Igreja Nossa Senhora da Penha. Achei super interessante ela ter sido construída bem em cima de uma pedra. De lá fomos até a Cachoeira do Tobogã e Poço do Tarzan. Primeiro pegamos uma trilhazinha errada que nos levou até uma parte da trilha do Caminho do Ouro. A entrada correta é pelo lado esquerdo do estacionamento e a trilha – super fácil – levou cerca de 5 minutos.
A cachoeira é super legal e estava vazia – o que eu adoro. Geralmente fica bem cheia, inclusive de locais, descendo e fazendo manobras doidas nesse tobogã natural. Do lado esquerdo tem mais uma trilhazinha que leva até o Poço e acaba no Bar e Restaurante do Tarzan. Achei sensacional.
Voltando pro estacionamento, do outro lado tem um alambique chamado Engenho D´ouro que fomos conhecer. Lá eles contam sobre todo o processo da cachaça e no final podemos degustar uma – escolhi a típica de Paraty, a azulzinha.
Chegando em Paraty, fomos direto para a Pousada Marques (R$225 por pessoa – 3 noites) e super recomendo eles. Tem estacionamento, fica a 5 minutos do Centro Histórico e o café da manhã é delicioso, além de ser confortável e a moça da recepção ser super simpática e solicita. Check in feito, fomos andando almoçar no Netto Restaurante (R$96 casal) e pedimos um peixe.
O tempo não estava muito legal então passamos no mercado e compramos umas coisas para fazer um lanche a noite e passamos a noite jogando cartas. A idéia inicial era explorar o centro mas ficou para o dia seguinte já que a previsão era de continuar nublado/chuva.
DIA 2:
Acordamos e tomamos aquele café da manhã delícia com bolo caseiro e pão de queijo e fomos no Forte porém começou a chover e por ser uma trilhazinha no morro, decidimos deixar para depois. Fomos então explorar o Centro Histórico. Já estive lá muitas vezes mas sem um roteiro e dessa vez escolhi conhecer as quatro igrejas que foram construídas cada uma para uma “camada da população”: Igreja de Santa Rita (minha favorita) de 1722 para os pardos libertos, Igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito de 1725 para os escravos, Igreja da Matriz (Nossa Senhora dos Remédios) de 1787 – a primeira matriz era de 1646 e ficava ao lado da atual e a Igreja de Nossa Senhora das Dores de 1800 para as mulheres da aristocracia.


Outro lugar que fomos conhecer foi o Centro Cultural, achei muito interessante ver tudo que é e era feito em Paraty e aprender mais sobre a cultura caiçara.
Passamos também na Rua do Fogo (perto da Igreja Santa Rita), uma das mais conhecidas por ser estreita, ainda possuir residências e pelo charme que as árvores dão. O nome se dá porque antigamente era uma rua de prostituição, segundo contam. Por conta da chuva ir e vir toda hora, nos abrigamos numa livraria no caminho também e as ruas ficam lindas para fotografar com as poças de água.

Perto da Igreja Nossa Senhora das Dores fica o Sobrado do Príncipe – atualmente casa do bisneto da Princesa Isabel e filho do Príncipe Dom João de Orleans Bragança, toda em detalhes verde e amarelo.
Depois de muito caminhar, paramos então para almoçar no Da Cidade (R$107 casal). Paraty tem uma bebida muito famosa chamada Jorge Amado que é feita de maracujá, limão, açúcar e a cachaça Gabriela (de cravo e canela) e resolvi experimentar. Amor ao primeiro gole, que delícia!!! Pedimos um gnocchi de gorgonzola para acompanhar e estava delicioso também.



O dia todo foi um chove e para então numa brecha da chuva fomos subir até o Forte Defensor Perpétuo porém no meio do caminho a chuva voltou. São uns 10 minutos de trilha e lá em cima fica o Museu do Forte que foi construído em 1793 com intuito de proteger o ouro e açúcar da região. Infelizmente o museu estava fechado por causa da pandemia. Quando chegamos lá a chuva apertou muito e procuramos um lugar para nos abrigarmos – eu, meu namorado, minha sogra e meu avô. Achamos uma salinha com um portão baixinho e vi que tinha gente – dois seguranças do museu, pedi para entrar para não nos molharmos e ele negou e trancou o portão. Ficamos os quatro tomando chuva do lado de fora. Insisti e ele disse que por causa da pandemia ninguém poderia entrar e que ali era o escritório. Na minha opinião, um absurdo e muita falta de consideração. Meu avô pediu para ir ao banheiro pelo menos – depois de um tempo já de chuva – e ele negou de primeira. Com um pouco de insistência ele deixou. Jura que precisava insistir para que um senhor de 85 anos usasse o banheiro depois de ter tomado chuva?! Enfim…



Voltamos para a pousada bem molhados, banho quentinho e descansamos. A noite meu avô nos convidou para jantar no Margarida Café, um restaurante que ele adora e também gostamos muito. Música ao vivo e comida boa – pedimos pizzas.
DIA 3:
A previsão era de sol para hoje amanhã então resolvemos extender mais um dia na cidade. Quando acordamos o sol realmente deu as caras e fomos cerca de 30km norte de Paraty. O centro da cidade pode não ser muito grande mas a cidade é – são cerca de 60km pela Rodovia Rio-Santos. Ela faz divisa com Ubatuba e Angra dos Reis. Deixamos o carro na Praia de São Gonçalo (R$20 estacionamento) bem no final dela, já passando a ponte. Para acessar a praia, tem que cruzar um pequeno riozinho a pé ou de barquinho dependendo de quão cheio ele está.
Chegando lá pegamos um barquinho (R$25 por pessoa – ida e volta) por 5 minutos até a Ilha do Pelado que fica ao lado da do Peladinho e do Cedro. São três “praias” na ilha, diferenciadas apenas pelos restaurantes que tem nelas: da Bete, Koquilhas ou Raízes. O outro lado da ilha é apenas costa. Andamos pelas três praias e ficamos no Raízes aonde tomamos um drink – eu um Jorge Amado lógico, minha sogra uma batida, meu avô e o Vini uma caipirinha.

Ficamos por lá até começo da tarde quando começou a ficar nublado e pegamos o barquinho de volta que sai de meia em meia hora – ou por não estar muito cheio é só avisar no restaurante que o barqueiro vem. O barqueiro comentou que o Bar Duzé (R$55 casal) na Praia de São Gonçalinho era uma boa opção para o almoço e fomos lá. Dá para ir caminhando de São Gonçalo ou de carro – que é o que escolhemos. Lá o estacionamento era gratuito e também tem passeio de barco pelo mesmo preço para as ilhas. A única coisa é que como a praia é menor, tem menos vagas principalmente fins de semana e feriados mas vale tentar deixar lá o carro. Pedimos umas porções e estava tudo bem gostoso. Os drinks de lá são enormes, bem mais baratos que na Ilha do Pelado e bem gostosos, então valeu super a pena.

Na volta para Paraty tentamos ir conhecer a Aldeia Pataxó e a Cachoeira do Iriri que fica lá dentro porém estava fechada mas definitivamente vale a pena. E acho legal falar que essa não é a única aldeia indígena da cidade. Como queria um banho de cachoeira, coloquei cachoeira no Google Maps e a próxima que apareceu foi a Cachoeira do Taquari e eu amei. É uma área enorme, cheia de pedras e rio corrente. Esse lugar tem uma energia surreal e só tinha nós lá – perfeito!


A noite fizemos lanche novamente e ficamos jogando Wizard – um jogo alemão de cartas super legal.
DIA 4:
O sol veio mas bem tímido e seguimos com o plano de fazer um passeio de barco. Pesquisei – e muito – sobre aonde ir, quais praias conhecer, qual agência, se ir de escuna ou barco valeria mais a pena e enfim decidimos que o ideal para nós que queríamos conhecer o Saco do Mamanguá era pegar um barco privado em Paraty Mirim. Realmente foi a melhor decisão. Um barco privado saindo do centro histórico saía por cerca de R$1000-1200 para 4-5 pessoas por umas 4 horas de passeio ou uns R$800 de barco menor (mas que levaria 1h30 para ir e mais 1h30 para voltar), já em Paraty Mirim foi R$500 nós 4 o dia todo um barco privado e podíamos escolher aonde ir, quanto tempo ficar, enfim, o que quiséssemos.
Para chegar em Paraty Mirim é só seguir sul na estrada Rio Santos e entrar na estradinha que é parte asfaltada e parte de terra. São 18km e leva cerca de meia hora. Logo na chegada tem diversos estacionamentos com ducha (R$20 o dia). Bem em frente a primeira igreja de Paraty – a Capela de Nossa Senhora da Conceição de 1702 – ficam várias pessoas oferecendo os passeios. Fechamos com o Léo (24) 99868-1332 e ele foi super gente boa.
Antes de entrar no Saco do Mamanguá, queria ir conhecer o Saco da Velha, uma praia super linda e que eu amei. Lá tem aonde comer e beber. Ficamos um pouco por lá antes de chegar a primeira escuna vindo do Centro Histórico.


Outro lugar que eu tinha marcado era a Praia da Lula mas já tinham algumas escunas e abortamos a missão, só passamos em frente. Paramos então na Ilha da Pescaria na Lagoa Azul para um mergulho. A cor do mar lá é muito bonita.


Seguimos então para o Saco do Mamanguá parando primeiramente na Praia do Buraco, uma bem pequenininha que só tinha a gente. Quase hora do almoço e fomos para a principal praia: Praia do Cruzeiro. Lá tem restaurante, pousada, camping e é de lá que sai a trilha para o Pão de Açúcar. A trilha leva cerca de 1h dependendo do seu preparo físico pois é só subida e tem partes bem íngremes mas dizem que a vista super compensa o esforço. Fica para uma próxima. Almoçamos no Restaurante Pão de Açúcar e a comida era super boa, farta e bem caseira. R$30 o PF de peixe.



Passamos pela Praia do Engenho e Praia da Paca, umas das 33 praias do Saco. Por lá tem também cachoeira e mangue então eu recomendo ficar no Saco do Mamanguá mesmo para quem quer aproveitar tudo que tem. Mesmo sem sol deu para ver o quão lindo é. Você sabia que esse é o único fiorde tropical do mundo e o único fiorde do Brasil? Fiorde é uma larga porção de mar adentrando as montanhas – aqui no caso as montanhas de Mata Atlântica. Incrível né?!
O barqueiro no caminho sentido voltando a Paraty Mirim passou numa plantação de algas que estava cheia de tartarugas marinhas, foi lindo demais de se ver. Fiquei emocionada.


Agora, se tem um lugar que qualquer pessoa que vá para Paraty TEM que conhecer é a Ilha da Cutia. Ele nos levou numa prainhazinha – eu disse pra ele que gosto de praias pequenas e preferencialmente sem ninguém rs – e na hora que dei um mergulho vi uma “coisa” laranja. Quando levantei era uma estrela do mar – sim uma estrela do mar gigante, laranja, maravilhosa. Ao lado tinham algumas bolachas do mar e quando saímos vi mais algumas estrelas, sensacional. Amei. Foi o melhor momento da viagem toda. É muito importante mencionar que nunca se deve tirar elas da água nem por segundos pois elas podem sufocar e morrer. Não ao turismo predatório pois se a gente preservar todos podem ter essa mesma experiência que eu tive.

Demos a volta na Ilha da Cutia e paramos em uma outra prainha que é na parte mais fina da ilha. Tem um caminho de 2 minutos até o outro lado que é ainda mais lindo. Eu super recomendo essa ilha. É também uma opção para quem talvez não queira gastar muito com o passeio de barco – dá para fechar por hora e ficar menos tempo e essa ilha é bem em frente a Paraty Mirim. Não deixem de conhecer.

Depois de 6 horas de passeio, muitas praias lindas e momentos incríveis, voltamos para Paraty Mirim, tomamos uma ducha e pegamos a estrada de volta para Guará. Que viagem incrível e em excelente companhia! Obrigada amor, Opapa e sogra por esses dias no paraíso.

O bairro de Trindade também super vale a viagem, em breve irei para lá novamente e conto tudo aqui para vocês.
Acompanhei toda a viagem pela Insta, ligar maravilhoso! Deu muita vontade de conhecer
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Fico muito feliz em saber!! quando puder vá sim 🙂
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