Estado da Tasmânia – Austrália

Era meu aniversário e para mim não tem melhor jeito de celebrar do que fazer uma viagem. O lugar escolhido foi a Tasmânia, estado australiano localizado no sul do país. Compramos as passagens pela Jetstar e foi super tranquilo, barato e pontual. Chegamos em Launceston (norte da Tasmânia) as 8:30 da manhã e as 9 já estávamos na estrada pois é tudo muito simples e rápido e o aeroporto é pequeno. Alugamos um carro para os dois dias pela Budget e lá fomos nós. Uma das coisas que me chamou a atenção foi o fato de não ter que apresentar nenhum documento em nenhum momento para embarcar e desembarcar. Mesmo sendo vôo nacional no Brasil que eu me lembre temos que mostrar o RG (não?!) para provar que o nome no ticket confere com quem está embarcando. Posso estar errada, mas…

Nossa primeira parada foi em St Helens, cerca de 2 horas de viagem, para comprar uma água. Um dos momentos mais inesquecíveis da viagem foi quando no fim da estrada vimos aquele mar azul pois até então a estrada era deserta só com ovelhas e vacas.

St Helens
Chegando no mar

De lá seguimos até Bay of Fires. Na estrada tem várias entradas para várias praias que ficam na Bay of Fires, escolhemos uma e entramos. Foi o mar mais lindo e mais azul e cristalino que vi em toda minha vida. Uma areia branca, ninguém na praia, era a imagem do paraíso. Fiquei apaixonada por aquele cenário. Estava um vento bem gelado mas mesmo assim ficamos por pelo menos 1 hora ali boquiabertos com a beleza natural da Tasmânia.

Bay of Fires
Azul

Pegamos a estrada novamente passando por St Helens pois iríamos descer a costa leste que é a parte de praias. Mais 1h30 e estávamos em outro lugar paradísiaco, a cidade de Bicheno. O mais legal é que além da praia ser linda ela tem pinguins, isso mesmo, pinguins! Eles saem de manhã cedinho e voltam a noite por isso recomendo que quem venha com mais tempo passe a noite aqui para presenciar isso. Como não tínhamos esse tempo paramos só para umas fotos, comprar algo para comer e seguir viagem.

Estrada linda indo para Bicheno
Bicheno

Em seguida fomos até Wineglass Bay, lá tem uma trilha que pode-se fazer até o topo e tem uma vista sensacional. Fomos só aonde dava com o carro e a vista já era bem linda, fiquei imaginando lá do topo. A próxima parada seria Coles Bay e Freycinet mas acabamos nos perdendo pois o 4G da Vodafone não funcionava aqui na Tasmânia e não alugamos GPS. Entramos um pouco no parque – que por sinal tem que pagar a entrada – e saímos sem achar nenhum dos dois lugares que queríamos. Vi uma praia escondidinha muito linda em Freycinet e foi só.

Praia dentro do Freycinet Park

A estrada é linda demais, você vai todo o tempo beirando a costa e também tem várias placas para tomar cuidado com os bichinhos que a cruzam a noite quando saem para se alimentar. Infelizmente vi muitos, muitos mesmo, bichinhos mortos no caminho. A região próxima de Bicheno também é famosa pelas diversas vinícolas, mais um motivo para pernoitar por lá.

Cuidado com os bichinhos
Vinícolas

Íamos dormir em Port Arthur mas pela primeira vez decidi não reservar hostel antes pois não sabia até aonde chegaríamos a noite. Tentei achar alguma acomodação por lá mas com a internet super devagar e depois de rodar quase 500km estávamos cansados e decidimos ir para a capital Hobart pois lá achei um hostel.

Chegamos em Hobart já a noite e estava bem friozinho. Ficamos no Tassie Backpacker e foi tranquilo, super simples mas suficiente para o que precisávamos aquela noite: um quarto com aquecedor, um banho quente e uma boa comida. O hostel fica dentro de um pub chamado The Brunswick Hotel e foi lá que comi o melhor parmegiana da minha vida! Simplesmente sensacional! Super recomendo!!! A fome era tanta que fico devendo a foto.

Chegando em Hobart

Fiquei sabendo que na Tasmânia tem a Aurora Australis ou conhecida também como Southern Lights, aquelas luzes verdes, rosas, vermelhas, enfim, coloridas que aparecem no céu a noite. Fiquei acompanhando por um site que mede o KP, que não sei exatamente o que é mas sei que vai de 0 a 9 e quanto mais perto do 9 maior a chance de ver algo. Fiquei acordada checando de hora em hora mas infelizmente não era meu dia de sorte, o KP tava por volta de 3 então decidi dormir e descansar pro próximo dia.

Acordamos cedo e nosso café da manhã foi umas bolachas que tínhamos comprado num supermercado no caminho. Aliás, falando do caminho, abasteça sempre que o tanque tiver meio cheio pois as vezes demora para aparecer outro vilarejo que geralmente tem um mercado, um posto (ou melhor, uma bomba de combustível) e uma polícia. Quase não vimos pessoas nessa viagem, mas em compensação vacas, ovelhas e wallabies (como se fossem uns cangurus pequenos)…

Um dos postos do caminho

Enfim, tinha ido decidida a ver o Demônio da Tasmânia, que ficou famoso por causa do desenho do Looney Tunes, mas vê-lo solto na natureza é bem difícil, a não ser em algumas regiões como Port Arthur a noite então pensei em ir em um santuário. Tivemos que voltar um pouco do caminho para ir para Port Arthur. Chegando no santuário pensei bem e decidi que não queria, nunca gostei muito de zoológicos e lugares de ver os bichos fora do seu habitat – apesar de já ter ido em alguns na minha vida.

Cuidado com o demônio da Tasmânia
Chegando em Port Arthur

O que valeu a pena ir até Port Arthur foi a Pirate´s Bay, Tasman Arch e o Devil´s Kitchen. Os últimos dois são formações que a água fez na pedra, muito lindo. Já era quase hora do almoço e decidimos então seguir até o centrinho de Port Arthur que era uns 40 minutos dali para almoçar e aproveitar e ver a parte histórica aonde os prisioneiros moravam e os lugares que construíram. Não façam isso! Foi tempo perdido! Não tinha restaurante no centrinho e o centro histórico custa cerca de $35 para entrar por pessoa, não recomendo a não ser que você tenha muito tempo e dinheiro sobrando.

Tasman Arch
Perto de Devil´s Kitchen
Devil´s Kitchen
Centro histórico de Port Arthur

Na ida tínhamos parado em Dunalley Bay mas estava meio nublado então não foi muito interessante, a não ser pelo incrível desenho que as nuvens faziam. Na volta o sol já tinha saído, o mar recuado e foi um espetáculo de se ver. A foto consegue descrever um pouco da mistura de mar azul e areia.

Dunalley Bay antes
Dunalley Bay depois

Seguimos de volta para Hobart mais especificamente para o Mount Wellington, uma montanha de mais de 1200mts de altura com uma vista espetacular da capital. Ficamos lá curtindo a vista, tirando umas fotos e estava bem gelado lá em cima. Ouvi dizer que algumas vezes é possível encontrar neve no topo mesmo no verão porém estamos no outono e não tinha nada.

Mount Wellington

Agora era hora de deixar a costa leste (praias) e partir para a oeste (montanhas). Foram mais 3 horas de viagem numa estrada ainda mais deserta do que a outra costa. Sem nenhum sinal de GPS no celular fomos nos baseando pelas placas e conseguimos chegar tranquilamente pois essa região é bem sinalizada. O ideal é ter uma noção de quais são as cidades próximas da onde você vai e dá tudo certo afinal é uma estrada sem fim!

Como não tinha nenhum policiamento, nenhuma pessoa, víamos um carro a cada meia hora decidi pedir para dirigir. Nunca tinha dirigido na vida e fiquei super feliz! Foram só por alguns minutos, eu confesso, pois quando chegaram as curvas na descida fiquei meio apavorada mas agora decidi que preciso mesmo tirar minha carta!!!

Eu dirigindo

Chegamos bem no Lake St Clair – Cradle Mountain e o lugar é super calmo e relaxante. Não entendi muito bem essa coisa de pagar para entrar em cada parque pois não via aonde comprar o passe pro carro nem nada, só as placas dizendo que poderia tomar multa se estivesse sem. Nada aconteceu e fiquei sem saber.

Para ser sincera recomendo ir até essa região somente se você tiver um dia inteirinho para passear pois tem diversas trilhas bem legais para fazer. Algumas são de 2-3 horas e outras de um dia inteiro, acho que vale super a pena pois tem vários bichinhos no caminho – inclusive cobras, de acordo com o mapa lá! Demos uma volta só até o píer e voltamos.

Wallaby

Fomos até o Pumphouse Point, um hotel localizado nesse mesmo lago mas super isolado de tudo. Queria ter dormido lá mas com a diária a $300 ficou fora do que eu podia gastar rs. Fomos de carro até lá e confesso que não achei muito romântico não, me lembrou mais cena de filme de terror haha.

Pumphouse Point ao fundo

No caminho para o nosso destino final, Launceston, por já ser fim do dia começamos a ver vários bichinhos – dessa vez vivos para minha alegria – na beira da estrada. Vimos porco espinho, uns outros que não sei o que são e só passavam correndo e muitos, tipo uns 50 ou até mais wallabies cruzando a estrada ou simplesmente se alimentado na beira dela. Muito lindo!

Estrada no meio do nada

No caminho também passamos no Great Lake e um Halo apareceu em volta do sol se pondo. A estrada em muitas partes era de terra e a noite a atenção tinha que ser redobrada. 700km depois estávamos de volta em Launceston e na procura de um hostel. Vi no site do hostelworld que o Launceston Backpackers ainda tinha vaga e fechava em 10 minutos, sorte a cidade ser pequena e chegarmos a tempo.

Halo

Esse hostel eu não recomendo muito não, tem que pagar por cada coisa extra, cobertor, internet, lençol e etc, mas como era a única opção ficamos lá mesmo. Perguntei pro dono aonde tinha um restaurante para comer pois era meu aniversário e queria celebrar. A resposta foi que em Launceston as 9 da noite não teria nada aberto e que eu devia ir para o Hungry Jack´s (Burger King na Austrália) ou McDonald´s. Ainda bem que eu não acreditei e fui pesquisar já que aqui por ser cidade a minha internet funcionava. Tenho um aplicativo do Trip Advisor bem legal que me mostrou um restaurante a 2 minutos de carro dali. Liguei para confirmar se estavam aberto e fomos mortos de fome.

O lugar era demais, super bonitinho, todo estiloso, gostei muito. O nome é Cataracts on Paterson. Pedi um salmão cozido na pedra vulcânica a 400 graus por mim mesma. Achei a idéia sensacional e estava uma delícia! Para acompanhar pedi um vinho local super gostoso já que não deu tempo de parar nas vinícolas do caminho. E para fechar a noite, pedi um chocolate fondant com recheio de chocolate Lindt (vulgo petit gateau no Brasil) e veio com velinhas para mim pois falei que era meu aniversário 🙂 

Parabéns pra mim!
Salmon on stone

No dia seguinte de manhã acordamos cedo e fomos direto pro aeroporto, o vôo atrasou 10 minutos mas de resto tudo tranquilo. Amei a Tasmânia e quero com certeza voltar um dia com mais calma. Quem tiver mais tempo deve também visitar o Gordon Lake antes de ir pro Lake St Clair como fui, conhecer a cidade de Launceston e Hobart e também ir a George Town. Essas eram outras dicas que tinha anotado mas não deu tempo de eu fazer 🙂

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