Campo de Concentração Auschwitz – Polônia

Já sabia que o dia ia ser pesado, visitar um dos maiores campos de concentração utilizados na Segunda Guerra Mundial não seria fácil, e não foi! 

 
A região fica cerca de 60km de Cracóvia e continha 3 campos: Auschwitz I, Auschwitz II- Birkenau e Auschwitz III – Monowitz dos quais eram utilizados para trabalho e extermínio dos judeus enviados de diversas partes da Europa, sendo na sua maioria poloneses. 
 
Reservei um tour de um dia para visitar o local, a entrada é gratuita o que se paga é o guia e o transporte, super válido afinal assim consegue-se conhecer ainda mais a história do lugar. Cheguei por volta das 10 da manhã e fui direto para Birkenau. Entrei pelo famoso portão com a inscrição em alemão “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta), que servia para fingir para quem chegava ali que eles seriam libertados após trabalharem um determinado período.

Arbeit macht Frei
Logo na entrada tem uma maquete do crematório e da câmara de gás aonde eles diziam que iam dar banho e na verdade jogavam um tipo de cristal tóxico que os matava. Esses cristais eram vendidos como desinfetantes. 

Maquete 
Cristais tóxicos
Conforme caminhávamos podia-se ver diversos pertences das vítimas como óculos, sapatos e roupas. O que mais me chamou atenção foram as bolsas com os nomes de cada um deles. Na entrada dizia-se para colocar todos os pertences de valor na mala com o seu nome que seria retirado na hora que eles saissem de lá, só que eles nunca saiam e tinham todos esses itens furtados além de tudo. Muito triste. Foi a parte que desabei a chorar, dar nome as pessoas foi uma cena muito forte.

Óculos
Bolsas com os nomes
Sapatos
Os deficientes eram os primeiros a serem mortos e pudemos também ver as muletas e seus pertences, tudo muito tocante. Nesse campo eles eram tatuados com o seu número e muitos morriam de fome já que trabalhavam duro e recebiam apenas 1300 calorias por dia de comida – quando recebiam isso. 

Pertences dos deficientes
Fome também matou várias pessoas
Refeição do dia = 1300 cal

Outra parte que me emocionou foi ver os uniformes que eles usavam tanto no frio como no calor, simplesmente um pedaço de pano listrado, super fino. Eles tinham um símbolo costurado no uniforme para diferenciar os homossexuais, prisioneiros por questões políticas entre outros.

Legenda de alguns símbolos
Uniformes

Nos corredores do museu tem também a foto dos que foram assassinados e muitos deles com uma flor ao lado. Deve ser muito dolorido para a família vir a um lugar desses. Passamos também em frente ao lugar que teve a maior execução em Auschwitz, diversas pessoas foram enforcadas na frente de todo mundo como exemplo para os que tentavam fugir.

Dispensa legenda 
Local aonde foram enforcados

O campo é totalmente cercado por arame farpado o que dá um clima ainda mais tenso para o lugar. Outro lugar chocante que visitei foi o portão de entrada por onde eles chegavam e o vagão de trem que trazia cerca de 50 pessoas amarrotadas e sem água. 

 

 

Entrada
Vagão para 50 pessoas

De lá segui para a câmara de gás, ela foi destruída porém partes se mantiveram intactas. É lá também que fica o Memorial para todas pessoas que foram executadas dentro desse campo. No caminho para a câmara passa-se pelos quartos que eles moravam, era um dia frio de inverno quando visitei e mesmo com casaco estava super frio. São apenas instalações de madeira, sem qualquer  conforto como podem ver na foto, imagino o frio que passavam com aquele uniforme aqui durante o inverno… 

Caminho para a câmara de gás
Câmara de gás
Memorial
Flor em uma das camas
Camas

Cada cama dormia cerca de 8-10 pessoas e para dizer que não havia nenhum aquecimento, havia uma parte no meio de alguns cômodos que eram “aquecidos” por fumaça apenas. Entre um dormitório e outro pudemos ver o Muro da Morte, local aonde toda vez que havia uma contagem dos prisioneiros e tinha 1 faltando, 10 eram mortos como exemplo.  

Aquecimento central
Muro da Morte

Para terminar o passeio, visitei um dos escritórios e também o local que eles ficavam vigiando as pessoas. Fui embora de lá com um nó no estômago e muita tristeza. O que me dói muito é pensar que foi algo que aconteceu há não muito tempo atrás e ainda há sobreviventes vivos e familiares que sofrem com tudo isso. 

Um dos escritórios com o retrato de Hitler ao fundo
Vista do escritório principal

E para terminar, deixo a principal frase de impacto exposta lá: “Aquele que não se lembra da história está obrigado a viver ela novamente”.

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